
A conduta do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, à frente da operação policial da última terça-feira, 28 de outubro, que resultou em mais de cem mortos, foi criticada pelo deputado Robinson Almeida (PT), que apresentou moção neste sentido. “A dimensão trágica desse episódio não pode ser naturalizada”, disse. Para ele, “a violência de Estado, travestida de política de segurança pública, não representa justiça, nem promove paz”.
“O Rio de Janeiro acumula, há décadas, uma sucessão de operações policiais de alta letalidade que transformam comunidades em zonas de guerra, ceifando vidas de civis e de agentes públicos, sem que isso tenha produzido qualquer redução estrutural da criminalidade”, avalia o parlamentar. Robinson lembra que “Estado fluminense já testemunhou operações com nomes e justificativas variadas, mas invariavelmente ancoradas na mesma lógica militarizada, que enxerga territórios vulneráveis como inimigos internos”.
“O resultado é o repetido fracasso de uma política de segurança fundada apenas na repressão, sem diagnóstico social, sem continuidade e sem inteligência”, disse, considerando que “a força bruta não substitui a presença permanente do Estado nem resolve os fatores que alimentam o crime: pobreza, desigualdade e ausência de oportunidades”. Cada incursão desse tipo, afirma Robinson, apenas renova o ciclo de medo, vingança e descrédito nas instituições, corroendo a confiança da população na própria ideia de Estado democrático de direito.
Outra face do problema reside na falta de integração entre os governos estadual e federal. Robinson Almeida classificou o governador carioca de omisso por não ter procurado estabelecer parcerias com a União “por razões meramente de político-partidárias”. De acordo com o deputado petista, o enfrentamento ao crime organizado, de natureza complexa e transnacional, exige atuação articulada entre as forças de segurança, políticas públicas de prevenção e inteligência compartilhada.




















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