Núcleo de Música Antiga da Bahia faz apresentação gratuita neste domingo (23) com obras de compositores afrodescendentes


Núcleo de Música Antiga da Bahia faz apresentação gratuita neste domingo (23) com obras de compositores afrodescendentes
Núcleo de Música Antiga da Bahia faz apresentação gratuita neste domingo (23) com obras de compositores afrodescendentes

Foto: Caio Lírio/Ascom Osba

O Núcleo de Música Antiga da Bahia, projeto realizado em parceria entre a Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) e a Escola de Música da UFBA (EMUS-UFBA), apresenta neste domingo (23/11), às 11h, o concerto “Barroco Afrofonia”, que destaca um programa inteiramente formado por compositores afrodescendentes atuantes no período barroco (século XVI ao século XIX).

O evento, com entrada gratuita (sujeita à lotação do espaço), acontece na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, localizada no Largo do Pelourinho, em Salvador, templo conhecido por incorporar em seus cultos elementos da cultura afro-brasileira, como o uso de atabaques e músicas de terreiro. A apresentação integra a programação do Novembro Negro e do Novembro das Artes Negras do Governo da Bahia, em celebração ao Dia da Consciência Negra.

Entre os compositores que integram o programa estão presentes obras dos baianos Damião Barbosa de Araújo (1778-1856) e José Pereira Rebouças (1789-1843), do pernambucano Luís Álvares Pinto (1719-1789), do mineiro José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita (c. 1746–1805) e do carioca José Maurício Nunes Garcia (1767-1830). O repertório inclui ainda, composições de representantes da Diáspora Negra que atuaram na Europa, como Vicente Lusitano (c.1520–pós-1561), Ignatius Sancho (c.1729–1780) e Chevalier de Saint-George (1745–1799).

Compositores afrodescendentes na música barroca

O título “Barroco Afrofonia” combina os termos “afro” (afrodescendência) e “fonia” (voz/som), sugerindo uma manifestação sonora e discursiva de matriz africana. De acordo com o professor da UFBA e músico da Osba, o flautista Lucas Robatto, o concerto busca reviver a presença e a contribuição de compositores afrodescendentes para a música clássica produzida durante o período colonial no Brasil e Europa.

“Além do componente musical, o concerto incorpora trechos de textos e falas dos próprios compositores e de seus contemporâneos, abordando suas trajetórias e contribuições históricas. Para essa dimensão cênica e narrativa, contaremos com a participação especial da atriz e dramaturga Dani Souza, que contribuirá para reviver as vozes da presença africana em nosso passado musical”, afirma Robatto.

Instrumentos de época

Formado pelos músicos José Maurício Brandão (cravo e teclados de época), Lucas Robatto (traverso), Thomaz Rodrigues (violoncelo barroco), Marco Catto (viola e violino barrocos) e Hugo Prio (oboé barroco), o Núcleo de Música Antiga da Bahia promove, com “Barroco Afrofonia”, a segunda edição do projeto em 2025. Composto por integrantes da OSBA e da EMUS-UFBA, o Núcleo tem como objetivo explorar as possibilidades expressivas dos instrumentos de época e suas sonoridades, ampliando repertórios e valorizando obras consagradas.

Sobre a OSBA: Criada em 30 de setembro de 1982, a Osba é um corpo artístico do Teatro Castro Alves e que teve seu processo de publicização consolidado em abril de 2017. Desde então, a Associação Amigos do Teatro Castro Alves (ATCA) – entidade sem fins lucrativos qualificada como Organização Social(OS) – realiza a gestão da OSBA, que permanece como corpo artístico público, sendo mantida com recursos diretos do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura (Secult-BA) e Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb).

Serviço: 23/NOV (DOMINGO) – NÚCLEO DE MÚSICA ANTIGA DA BAHIA (OSBA | EMUS/UFBA) EM: BARROCO AFROFONIA

Horário: 11h

Local: Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (Pelourinho)

Entrada: Gratuita (sujeita à lotação do espaço)

Solistas: Lucas Robatto (Traverso); Hugo Prio (Oboé Barroco); Marco Catto (Violino e Viola Barroca); Thomaz Rodrigues (Violoncelo Barroco) e José Maurício Brandão (Cravo).

Participação: Dani Souza (atriz e dramaturga)

Programa:

Vicente Lusitano – Allor Che Ignuda

Ignatius Sancho – The Complaint/Air in G

Luís Álvares Pinto – Cinco Divertimentos Harmônicos

Joseph Bologne, Chevalier de Saint George – Ária de “Ernestine”

José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita – Missa Para Quarta Feira de Cinzas

José Maurício Nunes Garcia – Missa dos Mortos Cpm 184

Damião Barbosa de Araújo – Memento Baiano

José Pereira Rebouças – Fuga A Coatro

Fonte: Ascom/Osba