Governo da Bahia encontra resistência do Grupo City para concessão do Estádio de Pituaçu


O desejo do governo da Bahia, liderado por Jerônimo Rodrigues (PT), de repassar à iniciativa privada a administração do Estádio Metropolitano de Pituaçu ainda não avançou. A expectativa inicial era de que o Esporte Clube Bahia, sob gestão do Grupo City, assumisse o equipamento esportivo. No entanto, o clube demonstrou desinteresse pela proposta.

pituaçu estadio
Foto: reprodução

Segundo fontes próximas ao Palácio de Ondina, o plano do Executivo estadual era conceder Pituaçu em conjunto com a Arena Fonte Nova, formando um pacote para que o Bahia utilizasse os dois estádios — um para o time principal masculino, e o outro para a equipe feminina e categorias de base. No entanto, o Grupo City sinalizou interesse apenas pela Arena Fonte Nova, onde já realiza os jogos da equipe principal masculina.

Com a recusa do clube tricolor, o governo baiano estuda alternativas para o futuro de Pituaçu. Em declaração feita em fevereiro, Jerônimo Rodrigues reforçou que o Estado não deve permanecer na gestão direta de arenas esportivas. “O setor privado tem mais criatividade. Se esse estádio estivesse com a gente, do governo da Bahia, nós encontraríamos dificuldade em fomentar eventos”, afirmou o governador.

Desde que assumiu a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Bahia em 2023, o Grupo City tem mantido diálogo constante com o governo estadual. Em 2023, o clube e o Executivo discutiram a implantação de um novo centro de treinamento (CT) nas proximidades do Aeroporto de Salvador. O terreno escolhido fica entre a Via Metropolitana e o Quilombo do Quingoma, e o investimento previsto é de até R$ 200 milhões.

Enquanto isso, as categorias de base devem continuar operando na Cidade Tricolor, em Camaçari.

O Bahia também manifestou interesse em participar da futura licitação para administrar a Arena Fonte Nova, cujo contrato de PPP atual se encerra no primeiro semestre de 2028. O projeto foi bem recebido pelo governo estadual. “O governo foi procurado… Eles levantaram o interesse de terem acesso a um ativo como a Fonte Nova”, confirmou o então secretário estadual Davidson Magalhães (PCdoB).

Desde a reinauguração da Arena Fonte Nova em 2013, a relação com o Bahia passou por momentos de instabilidade. Em gestões anteriores, o clube chegou a cogitar o retorno a Pituaçu e até promoveu boicotes contra o consórcio administrador, principalmente devido aos altos preços praticados dentro do estádio.

A situação mudou nos últimos anos. Atualmente, o Bahia possui um museu oficial dentro da Arena, além de loja física no entorno. O modelo de negócio também passou a ser lucrativo: em 2024, o clube registrou R$ 83,18 milhões de receita com bilheteria e sócios-torcedores, um crescimento expressivo em relação aos R$ 22,89 milhões de 2021.

Veja mais notícias no blogdovalente.com.br e siga o Blog no Google Notícia

Fonte