Estudantes propõem aipim como nova fonte de alimentação para camarões


Estudantes propõem aipim como nova fonte de alimentação para camarões
Estudantes propõem aipim como nova fonte de alimentação para camarões

Foto: Acervo Pessoal

A produção de camarões no Brasil bateu recorde em 2024 ao atingir a marca de 146,8 mil toneladas, segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o mercado aquecido, os estudantes Camila Carvalho, Ícaro Pereira, Guilherme Gaspar e Christian Ferreira, do Colégio Estadual Luiz Viana Filho, de Candeias, desenvolveram, a partir do aipim (Manihot esculenta),uma fonte alternativa para a alimentação de camarões criados em viveiros.

Para chegar ao produto, os jovens cientistas, orientados pela professora Hevelynn Franco Martins, que é doutora em biotecnologia, identificaram problemas entre agricultores e carcinicultores locais. “Ao mesmo tempo que percebemos perdas nas plantações de aipim, analisamos o alto custo da aquicultura em sistema BFT (Biofloc Technology). Unimos essas duas problemáticas e enxergamos no aipim uma alternativa sustentável, acessível e de baixo custo para a produção de camarões”, conta Camila Carvalho.

O estudante Guilherme Gaspar garante que a ideia é inovadora por ser diferente das possibilidades que já existem no mercado. “Atualmente, a carcinicultura utiliza o melaço industrial como principal fonte de carbono no sistema BFT. O diferencial do nosso projeto está em substituir esse insumo por resíduos do aipim que seriam descartados, um recurso abundante e de fácil obtenção na região. Essa substituição torna o processo mais sustentável e reduz custos”.

Entusiasmados com os resultados das pesquisas, o grupo planeja, segundo Ícaro Pereira, patentear a ideia e criar uma startup. “Nossa proposta apresenta potencial para registro de patente, e temos o objetivo de transformá-la em uma startup, ampliando o alcance da solução e incentivando o empreendedorismo científico na área da biotecnologia e da aquicultura sustentável”.

Para as próximas fases, os jovens buscam parcerias com instituições de pesquisa e inovação para fortalecer e expandir o desenvolvimento da proposta. “Daremos continuidade aos testes para avaliar o desempenho zootécnico dos camarões alimentados com a nova fonte de carbono. Também pretendemos aprimorar o sistema para ampliar a produção, melhorar a eficiência técnica e consolidar os dados que sustentam a viabilidade econômica e ambiental do projeto”, destaca a professora Hevelynn Franco Martins.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) estreou no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail [email protected].