
O Parque Metropolitano do Abaeté viveu, neste domingo (30), um reencontro simbólico entre cultura, memória e preservação ambiental durante o evento Viver o Abaeté – Encanto e Memória, promovido pela Secretaria de Turismo da Bahia (Setur-BA) com apoio do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), gestor do parque. A iniciativa levou ao público apresentações tradicionais, feira de artesanato sustentável, ações educativas e atividades que reforçam a importância da lagoa e das dunas como patrimônio natural de Salvador.
Durante a abertura, o secretário estadual de Turismo, Maurício Bacelar, ressaltou o valor histórico e ambiental do espaço no contexto do turismo sustentável. “Hoje, devolvemos o Parque do Abaeté, que o poeta cantou ‘uma lagoa escura arrudeada de areais’, um local icônico para as religiões de matriz africana, um local icônico da sustentabilidade da cidade do Salvador. Neste momento em que a gente vive as questões da crise climática, conservar locais como esse mostra o nosso compromisso com as gerações futuras, mostra o nosso compromisso com o futuro do planeta. O turismo, que é uma atividade sustentável, está aqui fazendo a exposição do Parque do Abaeté, mas respeitando as questões do meio ambiente, respeitando as questões da sustentabilidade. E é assim que nós temos trabalhado com o trade turístico”, afirmou o gestor.
A presença da cultura local, representada por grupos como o Malê Debalê e As Ganhadeiras de Itapuã, reforçou a dimensão simbólica do Abaeté, um território onde identidade, ancestralidade e natureza se entrelaçam há décadas. Para o diretor-geral do Inema, Eduardo Topázio, essa convivência é essencial para fortalecer o parque como patrimônio vivo. “O Abaeté é um patrimônio natural e cultural. Ele precisa ser preservado porque tem história, tem memória e tem uma relação íntima com Salvador. Quando atividades como esta valorizam o turismo sustentável, elas também reforçam a necessidade de proteger este patrimônio”, afirmou.
Topázio destacou ainda o desafio ambiental da região, especialmente em relação à lagoa. Ele lembrou que o espelho d’água depende da infiltração da chuva nas dunas, processo comprometido pela impermeabilização do solo no entorno. “Economia e ecologia são próximas. Quando o turismo gera oportunidades para a comunidade, ele também cria aliados na preservação. Nosso trabalho é monitorar, dialogar com a comunidade e garantir que o uso seja compatível com a proteção”, completou.
A diretora de Unidades de Conservação do Inema, Jeanne Sofia Tavares, também ressaltou a união entre valor ecológico e tradição. “O Abaeté inspirou Caymmi, Caetano, Vinícius. Aqui a paisagem é cultura e natureza ao mesmo tempo. Essa efervescência cultural soma à relevância ambiental de um dos últimos redutos de restinga, dunas e lagoas da cidade”, afirmou. Jeanne lembrou ainda da requalificação recente do Centro de Atividades Turísticas e anunciou a chegada do Centro de Memória do Abaeté, previsto para os próximos meses, reunindo depoimentos, acervos e objetos históricos de moradores, lavadeiras e Ganhadeiras de Itapuã.
A gestora administrativa do parque, Aline Freitas, reforçou que o Abaeté se consolidou como um espaço “multimodal”, que articula cultura, turismo e responsabilidade ambiental. “Queremos que o público circule, consuma e entenda a necessidade de cuidar da lagoa e do ambiente. A feira traz artesanato feito com materiais recicláveis e sustentáveis. O parque está aberto para turistas, ambientalistas, moradores e, especialmente, para os grupos culturais que sempre fizeram parte dessa história”, disse. Ela acrescentou que os novos comércios, selecionados por chamamento público, começam a funcionar já na próxima semana, fortalecendo o circuito turístico e cultural do entorno.
Com atividades ambientais, atrações culturais e integração entre Governo, comunidade e turismo sustentável, o Viver o Abaeté reforça o compromisso de preservar esse território singular, onde encantamento, memória e conservação caminham juntos.
Fonte: Ascom/Inema




















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