
Na manhã desta quinta-feira (6), moradores do município de Gentio do Ouro participaram da audiência pública promovida pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) para apresentar e discutir o Complexo Eólico Assuruá 6, empreendimento da Serena Desenvolvimento S/A. O encontro teve como objetivo esclarecer dúvidas, ouvir sugestões da comunidade e debater os impactos socioambientais relacionados ao projeto.
O Complexo Eólico Assuruá 6 será implantado em uma área de 833,09 hectares, aproveitando o grande potencial de ventos da região. O empreendimento conta com 91 aerogeradores, cada um com potência individual de 4,5 MW, totalizando 409,5 MW de capacidade instalada, distribuídos em 11 Centrais Geradoras Eólicas.
Representando o diretor-geral do Inema, a socióloga Hosana Gaspar destacou a importância do diálogo com a população durante o processo de licenciamento ambiental.
“O objetivo da audiência foi dialogar com a comunidade sobre o projeto que ainda está em fase de licenciamento. A audiência é um momento de escuta, para que o Inema possa considerar as contribuições da população antes de emitir qualquer parecer. Essa etapa faz parte do processo de Avaliação de Impacto Ambiental. Após o pedido da empresa, a equipe técnica do Instituto analisa os estudos apresentados e, se necessário, solicita complementações. Em seguida, é elaborado o RIMA, um relatório acessível que resume os resultados técnicos e é distribuído às associações.
A audiência é, portanto, um espaço democrático, aberto a todos, para tirar dúvidas, fazer críticas e apresentar sugestões”, reiterou Hosana.
Área de Proteção Ambiental
A Lagoa de Itaparica é uma unidade de conservação na Bahia, criada em 1997 para proteger a lagoa, um importante berçário de peixes do Rio São Francisco e um ecossistema com rica beleza natural. Abrange os municípios de Xique-Xique e Gentio do Ouro, no semiárido nordestino.
O gestor da APA, Romeu Gomes, esteve presente na audiência pública e reforçou a importância daquele espaço de diálogo. Segundo ele, o encontro foi uma oportunidade de esclarecimento e troca de informações, ressaltando que era fundamental que a comunidade conhecesse as propostas do empreendimento, tanto os impactos positivos quanto os negativos, e se sentisse verdadeiramente incluída no processo. “Esperamos que todos tenham se sentido à vontade para apresentar suas considerações, críticas, sugestões e expectativas, e que essas contribuições sejam acolhidas pela empresa, para que eventuais impactos possam ser tratados com base nessa escuta que realizamos aqui hoje”, destacou Romeu.
Representando a empresa responsável pelo empreendimento, o diretor de operações, Rafael Araújo, explicou que o projeto vai contribuir para dar continuidade ao desenvolvimento que o município já vem alcançando. “Com geração de empregos, aumento de renda e produção de energia a partir de uma fonte limpa e renovável”, afirmou o diretor. Ele também destacou que o Programa de Capacitação de Trabalhadores, aprovado pelo Inema, prevê treinamentos específicos para todos os profissionais contratados. “Esses treinamentos são voltados para as atividades que serão desenvolvidas durante a fase de construção. Ou seja, há uma capacitação planejada tanto para as empresas contratadas quanto para os trabalhadores diretamente envolvidos nas obras”, explicou.
Segundo o representante, o programa integra o Plano Básico Ambiental (PBA), uma das condições da licença ambiental. “Dentro desse plano, buscamos qualificar a mão de obra local, oferecendo formação técnica para quem vai atuar nas diferentes etapas do empreendimento. Nossa ideia é seguir o mesmo modelo já adotado em outros parques, investir na formação e capacitação da população local, para que os trabalhadores se desenvolvam profissionalmente e possam ocupar as vagas que serão abertas”, acrescentou.
O projeto prevê ainda a construção de acessos viários, duas subestações, sete canteiros de obras, um pátio de estocagem, dezessete caixas de empréstimos e bota-fora e uma rede de média tensão (RMT). O investimento total está estimado em R$ 1,43 bilhão, com prazo de 23 meses para a conclusão das obras. A conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN) será realizada por meio da Subestação Gentio do Ouro.
A moradora do município de Gentio do Ouro e representante do Sindicato da Construção Pesada e Montagem Industrial (Sintepav), Natália Silva, destacou a importância da audiência pública para a comunidade local. “Foi um momento muito esclarecedor. Para a comunidade, esse tipo de encontro é de suma importância, porque é aqui que as pessoas podem tirar suas dúvidas e, futuramente, fazer as devidas cobranças. É a partir dessas audiências que o processo realmente tem encaminhamento”, afirmou. Sobre o empreendimento, ela comentou que a expectativa gira principalmente em torno das oportunidades de emprego.
A energia eólica tem se consolidado como uma das principais fontes renováveis do país, contribuindo para a diversificação da matriz energética nacional, redução da emissão de gases de efeito estufa e diminuição da dependência de combustíveis fósseis. Além de promover a produção de energia limpa e sustentável, o projeto prevê a geração de cerca de 942 empregos diretos e 3 mil indiretos durante a fase de instalação.




















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