
A Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa (ALBA) promoveu, nesta segunda-feira (3), na Sala José Amando, a audiência pública intitulada “O Museu é a Rua: uma experiência da musealização popular a partir da retomada da Festa do Lixo”. Proponente da reunião, o deputado Robinson Almeida (PT) fez um longo pronunciamento, abordando a megaoperação policial, realizada no Rio de Janeiro, na semana passada, que resultou na morte de mais de 100 pessoas em favelas cariocas dominadas pelo tráfico de drogas.
“Faço este desabafo porque o que vamos discutir aqui hoje tem tudo a ver com o que acontece também em Salvador. Precisamos construir prevenção social, com políticas alternativas de educação para nossa juventude e o fortalecimento da cultura popular nas comunidades. Colocar a cultura popular no orçamento público deve ser prioridade dos governantes. Investimento público nas escolas e nos espaços de cultura é a resposta que temos de oferecer para combater a violência nas periferias”, apontou o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da ALBA.
A deputada Olívia Santana (PC do B), presidente do Colegiado da Educação e Cultura, criticou a elite brasileira que costuma se apropriar das manifestações populares e declarou apoio às discussões sérias e necessárias sobre os museus de rua. “Com esta audiência, a gente pode elaborar um conjunto de propostas, colhidas aqui em debate popular, que poderão ser encaminhadas ao governador Jerônimo Rodrigues. É preciso grande investimento público em políticas sociais que libertem o povo da miséria e da pobreza”, assegurou a comunista.
CULTURA VIVA
Amanda Cruz, superintendente de Desenvolvimento Cultural da Secretaria Estadual de Cultura, destacou as ações da pasta direcionadas à temática Museu de Rua. “Trabalhamos com pontos de cultura por meio da Lei Cultura Viva, permitindo que a Assembleia Legislativa aprovasse, em dezembro do ano passado, a Política Estadual de Cultura Viva, um projeto de lei relatado pelo deputado Robinson. Esta lei forma, protege e traz uma nova metodologia de organização das associações, coletivos e artistas que atuam com cultura popular. Podemos, dessa maneira, apoiar as iniciativas com instrumentos de editais e ações”, salientou a gestora da Secult.
“Os museus de rua têm um conceito muito atual e precisamos fazer com que este conceito fique ainda mais sólido”. Este é o pensamento do diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac-BA), Marcelo Lemos. Ele considera que durante muitos anos os museus de rua foram espaços exclusivamente da elite cultural, tanto no Brasil quanto na Bahia, mas que, agora, o trabalho está rompendo barreiras, necessitando ser difundido cada vez mais. “Os espaços do Ipac estão sempre disponíveis para atender à cultura popular, além de prestar assessoramento técnico, quando nos solicitam”, observou o dirigente.
    



















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