Petroleiras veem quebra de contrato em medidas do governo para elevar arrecadação



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Medidas foram apresentadas nesta segunda-feira (2) ao presidente Lula (PT) pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira 03 de junho de 2025 | 20:45

Petroleiras veem quebra de contrato em medidas do governo para elevar arrecadação

A indústria do petróleo reagiu com preocupação a medidas apresentadas pelo MME (Ministério de Minas e Energia) para elevar a arrecadação e aliviar restrições orçamentárias. Para o setor, algumas das propostas podem representar quebra de contratos vigentes.

As medidas foram apresentadas nesta segunda-feira (2) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Segundo fontes do governo, garantiriam uma receita extra de R$ 35 bilhões entre 2025 e 2026.

Com a ressalva de que falava sobre notícias lidas na imprensa, o presidente do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás), Roberto Ardenghy, disse à reportagem que vê dificuldades legais para a implantação de ao menos duas das propostas, que representariam cerca de metade do valor estimado.

A maior delas é a revisão do decreto que regula a cobrança de participações especiais sobre a produção de petróleo, que o governo pretende fazer para ampliar a receita com o campo de Tupi, primeira descoberta do pré-sal.

A participação especial é uma espécie de imposto de renda cobrado sobre campos de petróleo de alta rentabilidade. A alíquota é progressiva, variando de 10% a 40% sobre a receita da produção após o desconto de custos e investimentos.

Maior campo de petróleo do país, Tupi é operado pela Petrobras (com fatia de 65%) em sociedade com a Shell (25%) e a Petrogal (10%). No primeiro trimestre, teve alíquota efetiva de participação especial de 36,47%, que representou o pagamento de R$ 8,2 bilhões em participação especial.

O MME disse a Lula que a revisão do decreto que define as alíquotas representaria um ganho adicional de R$ 4 bilhões em 2025 e até R$ 9 bilhões em 2026. Deste total, metade ficaria para a União e a outra metade seria dividido entre estados e municípios.

O presidente do IBP afirmou que a revisão das regras de cobrança sobre um projeto já iniciado representa quebra de contrato, já que os investidores consideraram as regras então vigentes para decidir por levar o projeto adiante.

“O Brasil tem tradição e prática de respeitar contratos. Se houver decisão de retroagir o valor ou alíquota da participação especial, vai causar não só insegurança jurídica, como as empresas vão recorrer à Justiça”, disse Ardenghy.

Outra proposta questionada pelas petroleiras é a antecipação da revisão dos preços de referência do petróleo produzido por cada campo no país. O processo está sendo tocado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).

Esses preços definem quanto custa cada barril, de acordo com especificações de cada tipo de petróleo. São usados para calcular os royalties e participações especiais de cada campo. A reavaliação deveria ocorrer apenas em 2026, mas a ANP iniciou o debate em 2020.

No decreto que autorizou o processo, o governo Jair Bolsonaro (PL) alegou que o cenário global de petróleo mudou após a pandemia e a Guerra na Ucrânia e que aperto nas especificações do combustível marítimo valorizaram o petróleo do pré-sal.

Com o aumento do preço de referência, que é atrelado ao Brent, o governo espera uma receita extra de R$ 1 bilhão em 2025 e R$ 3 bilhões em 2026. O setor questiona a antecipação da revisão e diz que, caso confirmada, a vigência dos novos preços tem que cumprir uma quarentena de 180 dias.

O descumprimento deste prazo, alega Ardenghy, seria mais um exemplo de quebra de contrato. “Estamos falando de um setor que vai investir US$ 350 bilhões, criando 400 mil empregos. E não é qualquer emprego, é emprego com valor agregado, com nível de remuneração maior que média nacional”.

Nicola Pamplona/Folhapress



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Servidores federais pedem reajuste de diárias para viagens e outros benefícios



Foto: Ana Volpe/Agência Senado/Arquivo
Esplanada dos Ministérios, em Brasília 03 de junho de 2025 | 21:00

Servidores federais pedem reajuste de diárias para viagens e outros benefícios

Sindicatos ligados ao Executivo federal pedem reajuste no valor das diárias, concedidas aos servidores durante viagens e deslocamentos a trabalho, além de aumento nos benefícios de auxílio-alimentação e plano de saúde.

As diárias bancam custos como hospedagem e alimentação do profissional. Hoje, os valores pagos para servidores de baixo escalão são de R$ 425 para viagens às cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Manaus, de R$ 380 para as outras capitais e R$ 335 para os demais municípios do país. O último reajuste desses valores foi concedido em 2023, após publicação de decreto.

Profissionais em cargos comissionados recebem diárias maiores, que podem chegar a até R$ 900 no caso dos ministros de Estado. Os valores são depositados diretamente na conta do servidor, que não precisa comprovar os gastos com envio de nota fiscal. Caso a viagem ultrapasse 120 dias contínuos, os valores são reduzidos em 25%.

A demanda foi apresentada pela primeira vez em uma reunião em fevereiro deste ano, segundo Rudinei Marques, presidente do Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado).

Procurado, o MGI (Ministério da Gestão e Inovação) não respondeu ao pedido de comentário até a publicação desta reportagem.

Sindicatos não devem pedir uma cifra específica de reajuste, mas querem voltar a discutir o tema na próxima reunião da mesa de negociação do MGI com os sindicatos, prevista para 12 de junho.

“Tem sido uma demanda sobretudo das carreiras que mais viajam, como a Polícia Federal, a Receita e a Controladoria-Geral da União. O valor de R$ 335 é insuficiente. Muita gente que viaja precisa tirar do bolso para custear essas despesas”, afirma Marques.

Na última semana, levantamento do jornal Folha de S.Paulo mostrou que diárias tiveram um custo de pelo menos R$ 2,8 bilhões desde 2014. A cifra inclui apenas gastos sob sigilo, cujos servidores não tiveram o nome identificado. Os valores foram atualizados pela inflação.

Além das diárias dos servidores, os sindicatos também vão demandar o aumento de outros benefícios, de acordo com Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-executivo da Condsef (Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal).

Isso inclui plano de saúde e auxílio-alimentação, que a Condsef pede que seja equiparado com o de servidores do Legislativo e Judiciário. Hoje, o benefício de alimentação dos funcionários desses Poderes é de R$ 1.784, enquanto do Executivo é de R$ 1.000.

“Foi um compromisso que o governo assumiu com o servidor de que estaria aproximando os benefícios do Executivo com dos outros Poderes. Por isso, queremos tratar de todo esse conjunto”, afirma o secretário.



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Estados Unidos dobram tarifas sobre aço e alumínio para 50%; Brasil será afetado



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O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (3) decreto que dobra as tarifas de importação sobre aço e alumínio 03 de junho de 2025 | 19:45

Estados Unidos dobram tarifas sobre aço e alumínio para 50%; Brasil será afetado

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (3) decreto que dobra as tarifas de importação sobre aço e alumínio, elevando-as de 25% para 50%. A medida entra em vigor à 1h01 (horário de Brasília) desta quarta-feira (4) e afetará as exportações brasileiras, segundo maior fornecedor dos metais ao mercado americano.

A medida foi formalizada em uma proclamação presidencial publicada pela Casa Branca. Segundo o texto, a decisão foi tomada após análises que indicaram que as tarifas anteriores não foram suficientes para conter a entrada de produtos estrangeiros a preços baixos, o que compromete a competitividade das siderúrgicas e metalúrgicas dos EUA.

O governo americano afirma que o novo aumento das tarifas, já elevado em março para 25%, é necessário para garantir a saúde dessas empresas e atender às necessidades de defesa nacional.

A medida vale para todos os países exportadores desses metais para os EUA, com exceção do Reino Unido, sobre o qual se mantém a tarifa de 25% devido ao acordo bilateral entre os países firmado em maio.

O Brasil, portanto, está sujeito à nova tarifa de 50%, o que pode impactar as exportações brasileiras, especialmente de aço semiacabado, um dos principais produtos enviados aos EUA.

A reportagem buscou o governo brasileiro para comentar o assunto, mas não obteve resposta.

Segundo dados dos EUA, no ano passado o Canadá foi o maior fornecedor de aço, em volume, para os americanos, com 20,9% do total, seguido pelo Brasil (16%, com 3,88 milhões de toneladas, e o país com maior crescimento em relação às exportações de 2023) e o México (11,1%).

Quanto a valor, o Brasil ficou só atrás do México: recebeu US$ 2,66 bilhões, ante US$ 2,79 bilhões dos mexicanos e US$ 5,89 bilhões dos canadenses. Em janeiro, o Brasil foi o maior exportador do mês em volume (499 mil toneladas), ultrapassando o Canadá (495 mil toneladas).

Já em março desde ano, último mês com estatística disponível, o Brasil só perdeu em quantidade para o Canadá (367 mil toneladas contra 364 mil). Em valor, o aço brasileiro (US$ 225 milhões) ficou atrás do Canadá (US$ 395 milhões) e México (US$ 246 milhões).

Mais cedo nesta terça, a Casa Branca confirmou que o governo Donald Trump enviou cartas a países dando o prazo até esta quarta-feira (4) para apresentarem suas propostas de acordo sobre as tarifas impostas a todos os produtos importados aos Estados Unidos, incluindo o aço e alumínio.

O governo brasileiro ainda não confirmou o recebimento da carta. O Brasil tenta obter vantagens principalmente na negociação sobre o aço e quer que os EUA façam cotas ao produto.

“O presidente espera bons acordos, e estamos no caminho para isso”, disse a porta-voz da Casa Branca nesta terça.

Diego Alejandro/Folhapress



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Alcolumbre defende discussão de ‘agenda estruturante’ para que se possa rever alta do IOF



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O presidente Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) 03 de junho de 2025 | 18:04

Alcolumbre defende discussão de ‘agenda estruturante’ para que se possa rever alta do IOF

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), disse nesta terça-feira, 3, que é necessário discutir uma “agenda estruturante” para o País para que se possa rever o decreto de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ele participou de uma reunião sobre o tema no Palácio da Alvorada, com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Não dá para tratar isoladamente o problema que nós estamos vivendo nas contas públicas do Brasil. São agendas sensíveis que precisam ser debatidas, que precisam ser enfrentadas”, disse Alcolumbre, na saída da reunião. “Está sobre a mesa uma agenda estruturante de País, não para um ano, do ponto de vista do orçamento, do bloqueio a mais ou bloqueio a menos, ou contingenciamento a mais ou contingenciamento a menos.”

O senador aproveitou para elogiar a atuação de Motta, que, segundo ele, tomou a iniciativa para que o Congresso buscasse chegar a um entendimento com o governo, mesmo diante de propostas para que o Legislativo derrubasse o decreto.

Também destacou positivamente a postura de Haddad – que, segundo Alcolumbre, sempre se mostrou aberto a dialogar alternativas ao aumento do imposto – e de Lula.

“O fato concreto é que antes de qualquer disputa ou narrativa política que possa vir a ensejar a constante conflagração entre a sociedade brasileira, o governo federal e o Poder Legislativo, nós estabelecemos um diálogo”, ele disse. “A forma sensível que o presidente da República nos acolheu, as suas manifestações lideradas pelo ministro Haddad, foi a todo instante no sentido de buscarmos um entendimento até para revermos o decreto.”

Fernanda Trisotto, Cícero Cotrim, Giordanna Neves, Gabriel Hirabahasi, Gabriel de Sousa e Victor Ohana, Estadão Conteúdo



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Produção de petróleo e gás natural no pré-sal registra novo recorde em abril, diz ANP



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Campo de Búzios no pré-sal da Bacia de Santos 03 de junho de 2025 | 14:51

Produção de petróleo e gás natural no pré-sal registra novo recorde em abril, diz ANP

A produção de petróleo e gás natural na região do pré-sal no Brasil atingiu um novo recorde em abril, somando 3,734 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), uma alta de 18,3% na comparação do mesmo mês do ano passado, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta terça-feira, 3.

O pré-sal contribuiu com 79,7% do total de petróleo e gás natural produzido no País em abril.

No total, o País produziu 4,689 milhões de boed, 15,6% a mais do que em abril de 2024. Desse volume, 3,632 milhões se referem a barris diários de petróleo (bpd), 13,7% acima de abril 2024, e 168 mil metros cúbicos por dia (m3/d) de gás natural, 22,9% a mais do que há um ano. No pré-sal, foram produzidos 2,896 milhões de bpd de petróleo e 133,3 milhões de m3/d de gás natural.

O campo de Tupi, no pré-sal da bacia de Santos, foi o maior produtor em abril, com média de 783,9 mil bpd, seguido pelo campo de Búzios, com 720,5 mil bpd.

Somada à produção de gás natural, Tupi ultrapassou 1 milhão de boed, informou a ANP, e Búzios atingiu 917 mil boed.

A Petrobras, maior produtora de petróleo e gás natural do País, registrou em abril alta de 11,8% na produção, com 2,925 milhões de boed. Desse total, foram 2,239 milhões de bpd de petróleo, alta de 10,5% em um ano, e 109 milhões de m3/d de gás natural, mais 16,5% ante abril de 2024.

Denise Luna, Estadão Conteúdo



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