O prefeito de Salvador, Bruno Reis, se reuniu nesta segunda-feira (7), no Palácio Thomé de Souza, no Centro, com integrantes da gestão municipal para discutir a implantação de tecnologias de ponta para auxiliar na prevenção da violência na área da segurança pública, cuja responsabilidade constitucional é do Governo do Estado. As soluções, que já se destacam como cases de sucesso em outras capitais brasileiras, especialmente São Paulo, poderão ser integradas ao futuro Centro de Controle Operacional (CCO) de Salvador.
Participaram da reunião o secretário municipal de Inovação e Tecnologia (Semit), Alberto Braga; o presidente da Companhia de Governança Eletrônica de Salvador (Cogel), Samuel Araújo; e o diretor-geral de Segurança Urbana e Prevenção à Violência, Humberto Sturaro, dentre outros representantes. No encontro, eles discutiram duas iniciativas que serão adotadas em Salvador: o uso de drones israelenses para monitoramento da cidade e a adoção de um sistema já utilizado em São Paulo com reconhecimento facial. A reunião serviu para avaliar os próximos passos para a implantação das tecnologias.
O prefeito ressaltou que as duas iniciativas vão auxiliar no combate à violência. “Infelizmente, a insegurança é hoje o principal problema da nossa cidade, é a principal preocupação das pessoas. Embora a segurança seja constitucionalmente uma responsabilidade do Estado, nós, além de fazermos a nossa parte, estamos assumindo tarefas que não são nossas, mas que vamos assumir para proteger a população”, salientou.
“Então, nós acreditamos que a tecnologia pode ajudar muito a combater a violência e a proteger a população. Não precisa inventar a roda, basta observar boas iniciativas que são realizadas no Brasil e no mundo. Estamos aqui com dois bons projetos, que são os drones de Israel e o sistema já utilizado em São Paulo. Estamos estudando e esperamos em breve trazer estas tecnologias para Salvador”, acrescentou Bruno Reis.
Entre as tecnologias que serão implantadas estão drones de última geração utilizados em Israel para monitoramento aéreo em tempo real e câmeras inteligentes com reconhecimento facial, capazes de identificar foragidos da Justiça e flagrar situações de delito, como invasões, furtos e roubos de veículos.
Segundo o secretário Alberto Braga, os drones permitem uma melhor dinâmica no videomonitoramento, pois eles não são fixos e podem se mover rapidamente, de forma muito ágil. Além de cobrir regiões importantes, eles também podem ser utilizados em áreas de aglomeração temporária, como durante um grande evento.
“A ideia é começar na região do Centro Histórico, e depois ir escalando para outras áreas da cidade como Rio Vermelho, Barra e Itapuã. São drones utilizados em Israel, de última tecnologia, que vão realmente reforçar a segurança a princípio do Centro Histórico, o principal ponto turístico na nossa cidade”, explicou Alberto Braga.
Essas tecnologias deverão ser integradas ao Observatório Inteligente de Salvador — ou Centro de Controle Operacional (CCO) — atualmente em construção na Avenida Suburbana, no bairro do Alto do Cabrito, Subúrbio Ferroviário. O equipamento reunirá, em um só local, toda a operação dos órgãos municipais com uso intensivo de dados e inteligência artificial para acelerar a tomada de decisões e otimizar o atendimento à população.
Smart Sampa – Lançado em julho de 2024, o programa Smart Sampa já conta com mais de 26 mil câmeras espalhadas por São Paulo, das quais 4 mil têm capacidade de reconhecimento de placas de veículos. Os dados impressionam: apenas em 2025, o sistema colaborou na prisão de 2.746 pessoas em flagrante, na captura de 1.410 foragidos da Justiça, na localização de 73 desaparecidos e na elucidação de 14 ocorrências com veículos.
Autoridades municipais de Salvador estiveram recentemente em São Paulo, nos dias 10 e 11 de abril, para conhecer de perto o funcionamento do Smart Sampa, considerado o maior sistema de videomonitoramento com inteligência artificial e reconhecimento facial da América Latina. O sistema é integrado ao banco de dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, ao Cadastro Nacional de Procurados e Foragidos, e à lista de desaparecidos da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, permitindo uma atuação rápida e precisa.
Câmeras estrategicamente posicionadas enviam alertas em tempo real para as centrais de monitoramento, que acionam imediatamente a viatura mais próxima para atender à ocorrência. Entre os casos viabilizados pelo sistema, destaca-se a prisão de um homem, condenado por estupro a 73 anos de prisão, reconhecido pelas câmeras enquanto circulava em uma bicicleta de carga na região central da capital paulista.
Além da repressão ao crime, o sistema também é usado para monitorar invasões a escolas e unidades de saúde, identificar atos de vandalismo, furto de cabos e descartar irregularmente lixo em locais públicos. Segundo Alberto Braga, a intenção da Prefeitura é adotar um modelo similar em Salvador, aproveitando a infraestrutura já existente.
Atualmente, a capital baiana conta com 3,7 mil câmeras de vigilância. O plano é ampliar essa rede com novas câmeras dotadas de inteligência artificial e também integrar equipamentos de particulares interessados, como comércios, residências e condomínios.
“Aqui nós já temos 3,7 mil câmeras, mas queremos agora abrir também para as câmeras particulares que queiram aderir ao programa de videomonitoramento de Salvador. Ou seja, câmeras de comércios, de casas particulares, de associações de condomínio, de todas as entidades que têm essas câmeras. A gente poderia integrá-las ao sistema”, destacou Braga.
As imagens captadas pelos drones também seriam integradas ao novo sistema, ampliando a capacidade de vigilância em eventos e áreas de grande circulação.
Comentários