
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) realizou, entre os dias 9 e 19 de novembro, mais uma etapa da Operação Mata Branca nos municípios de Bonito, Utinga e Wagner, na Bahia. A ação teve como foco coibir o desmatamento ilegal da vegetação nativa no bioma Caatinga, utilizando o Sistema de Fiscalização da Vegetação Nativa (SFVN), que se baseia em alertas emitidos pelo MapBiomas, responsáveis pelo monitoramento da cobertura vegetal via satélite. A operação foi executada com apoio da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (CIPPA) Lençóis e integrou um conjunto de ações complementares voltadas à fiscalização e ao monitoramento da sub-bacia do Rio Utinga.
O Rio Utinga é um importante curso d’água da sub-bacia que compõe a bacia hidrográfica do Rio Paraguaçu e é fundamental para o abastecimento de municípios como Utinga, Wagner e Bonito. Em um cenário de escassez hídrica, os desmatamentos ilegais, somados às captações irregulares, agravam a situação, conforme apontam os alertas identificados por meio de satélites de monitoramento ambiental.
Durante a operação de campo, foram vistoriados mais de 50 alertas e emitidos cinco autos de infração, sendo quatro referentes à interdição temporária por desmatamento sem autorização do órgão ambiental competente e um relativo à interdição de uma serraria que operava clandestinamente no interior da mata. Também foram emitidas notificações voltadas à regularização de passivos vinculados ao Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais (CEFIR).
A coordenadora de Fiscalização Preventiva e de Condicionantes (COFIS) do Inema, Natali Lordello, reforça que o Rio Bonito é um afluente do Rio Utinga e desempenha papel essencial na recarga hídrica da região. “O desmatamento ilegal, especialmente em áreas de mata densa, como constatado durante a fiscalização, impacta diretamente o ciclo hidrológico da bacia. Esse fato reforça a necessidade de intensificar futuras operações, visando a proteção dessas áreas críticas, especialmente por se tratar de uma região sensível”, afirmou Lordello.
Para Simone Sodré, coordenadora da Unidade Regional (UR) Chapada Diamantina, interromper o ciclo de supressão irregular da vegetação é fundamental para evitar consequências mais graves. “É importante combater o ciclo de desmatamento ilegal, especialmente quando se trata da implantação de empreendimentos de agricultura irrigadas que, quando operam sem a devida outorga, reforçam a crise hídrica já existente na sub-bacia”, destacou.
Fonte: Ascom/Inema




















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