Exposições em museus do Governo do Estado são destaque no Festival Nosso Futuro


Exposições em museus do Governo do Estado são destaque no Festival Nosso Futuro
Exposições em museus do Governo do Estado são destaque no Festival Nosso Futuro

Foto: Fernando Barbosa – Ascom/Ipac

Dez exposições ocupam os museus de Salvador durante o Festival Nosso Futuro Brasil–França: Diálogos com a África, que acontece de 5 a 8 de novembro, na capital baiana, como parte da Temporada França-Brasil 2025. O evento celebra as conexões culturais entre Brasil, França e África, com a presença do presidente francês Emmanuel Macron.

Os museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), vinculados à Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA), participam ativamente da programação, abrigando quatro exposições, três delas já em cartaz e uma com abertura marcada para a sábado (8/11), às 17h, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_BAHIA): “Ecos através do Atlântico” da arquiteta, designer e curadora beninense Olufèmi Hinson Yovo.

São mostras de relevância internacional que reforçam o papel da Bahia como um dos principais polos culturais do país e resultam de uma ampla articulação entre instituições culturais brasileiras e francesas.

O Avesso do Tempo

Originalmente apresentada no Louvre-Lens, na França, a exposição “O Avesso do Tempo”, do artista beninense Roméo Mivekannin, está em cartaz no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) até 16 de novembro.

Com curadoria de Annabelle Ténèze, diretora do Louvre-Lens, a mostra reúne 11 obras que estabelecem um potente diálogo entre passado e presente, tecendo memórias coletivas e narrativas esquecidas sob uma perspectiva decolonial.

Mivekannin revisita obras-primas da pintura ocidental, como “A Barca de Dante”, de Delacroix , pertencente ao acervo do Museu do Louvre, e cria sua própria galeria, com telas suspensas que evocam naufrágios, caos e encontros entre representações africanas e europeias. Ao inserir seu autorretrato nessas releituras, o artista se inscreve como uma figura negra silenciada pela história, provocando o público a refletir sobre autoria, representação e ausência.

A exposição é uma parceria entre o Louvre-Lens, o Instituto Francês, a Galeria Cécile Fakhoury (Toulouse), o Consulado-Geral da França em Recife, e o Governo do Estado da Bahia.

Fatumbi – o mensageiro

No Museu de Arte da Bahia (MAB), está em cartaz a mostra “Fatumbi”, que reúne 110 fotografias do etnólogo, antropólogo e fotógrafo Pierre Verger, em diálogo com 16 obras criadas com o uso de inteligência artificial pelo artista visual beninense Emo de Medeiros. A curadoria é assinada por De Medeiros e Alex Baradel, diretor cultural da Fundação Pierre Verger.

O percurso expositivo acompanha a trajetória de Verger desde sua chegada ao Nordeste brasileiro, nos anos 1940, passando pelo Benin, onde foi iniciado como babalaô e renasceu como Fatumbi, traduzido do ioruba como “nascido de novo graças a Ifá”. A mostra culmina nas décadas de 1960 e 1970, quando Verger se torna um elo entre dois mundos, consolidando-se como mensageiro entre os continentes africano e americano.

Em cartaz até 30 de novembro, com visita guiada dia 7 de novembro, às 14h, a exposição é realizada pela Fundação Pierre Verger e pelo Governo do Estado da Bahia, com apoio financeiro da Embaixada da França no Brasil e apoio institucional do Instituto Caré e da Corrupio Vída.

A arte contemporânea da França e do Benin no MAC_Bahia

Referência em arte contemporânea, o MAC_Bahia abriga duas exposições em destaque: “Coleção_FRAC no MAC_Bahia”, que reúne obras dos Fundos Regionais de Arte Contemporânea da França, e “Ecos através do Atlântico”, da artista Olufemi Hinson Yovo. Esta última é uma iniciativa da Pivô Artes Visuais, plataforma independente dedicada à arte contemporânea, que incentiva o intercâmbio e a experimentação artística.

A partir da instalação Cadavre Esquis (Cadáver esquisito), que compõe a mostra, Olufèmi convida o público a construir coletivamente um arquivo das memórias, uma cartografia afetiva que conecta Dakar, Ouidah e Bahia. Por meio de fragmentos e reconstruções, a instalação reivindica a arquitetura como um arquivo vivo e como símbolo que reconstrói, através do oceano, o que um dia foi dividido.

A exposição integra o Atlantic Threads, projeto colaborativo e interdisciplinar que estimula o intercâmbio artístico e cultural entre territórios atravessados por legados coloniais e assimetrias de poder. Idealizado pelo Pivô, em parceria com a African Artists’ Foundation (Dig Where You Stand) e a Cité Internationale des Arts, o projeto chega à sua segunda fase, sendo a  primeira realizada em 2025.

Já a “Coleção_FRAC no MAC_BAHIA” apresenta obras de videoarte dos Fundos Regionais de Arte Contemporânea (FRAC) da França, explorando temas como diversidade, migração e deslocamentos. As obras propõem narrativas fragmentadas e sensíveis sobre os fluxos humanos e culturais do mundo contemporâneo.

A mostra, em cartaz até 9 de novembro, conta com visita guiada no dia 6 de novembro, às 10h,  é resultado da parceria entre o Frac Bretagne e o Frac Corsica, em nome da Platform, rede nacional dos Fundos Regionais de Arte Contemporânea da França. Reúne trabalhos de oito coleções regionais: Frac Bretagne, Franche-Comté, Île-de-France, Normandie, Nouvelle-Aquitaine MECA, Occitanie Toulouse-Les Abattoirs, Rhône-Alpes IAC e Sud.

Outros sete museus e espaços culturais participam do Festival. Confira as exposições em cartaz.

Serviço

Festival Nosso Futuro Brasil–França: Diálogos com a África

De 5 a 8 de novembro de 2025

Integra a Temporada França-Brasil na Bahia 2025

Programação dos Museus do IPAC:

•     O Avesso do Tempo, Roméo Mivekannin (Museu de Arte Moderna – MAM) 
•     Fatumbi – o mensageiro, Pierre Verger e Emo de Medeiros (Museu de Arte da Bahia – MAB).
•     Coleção_FRAC no MAC_Bahia   e Ecos através do atlântico (Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_Bahia)

Programação de outros museus e espaços culturais:

•     Nego Fugido, Nicola Lo Calzo – Museu Afro-Brasileiro (MAFRO)
•     Pano da Costa – Gombo Wax no MAFRO
•     O caminho da tartaruga – Aliança Françesa
•     Oceano como método – Casa das Histórias
•     Eu sou um oceano negro – Casa do Benin
•     Memória: relatos de uma outra história – Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (MUNCAB)

+ Sobre o Festival: O Festival Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com África foi organizado pelo Institut français e pela Embaixada da França no Brasil no âmbito da Temporada França-Brasil 2025, em parceria com o Governo Federal Brasileiro (Ministério da Cultura), Universidade Federal da Bahia, Governo da Bahia, Prefeitura de Salvador, Accor, Aliança Francesa, Salvador Bahia Airport, CUFA Brasil e CUFA França, a Fundação de Inovação pela Democracia, o Conselho Geral de Seine Saint-Denis, a Cidade e a Metrópole de Montpellier, a Cidade de Paris, a Cidade de Saint-Ouen.