
Dos contos de tradição oral aos livros de História, Canudos é uma cidade que transpira luta e resistência. Nos dias 1, 2 e 3 de outubro, a Caravana de Direitos Humanos da SJDH esteve na Praça da Justiça e Cidadania, projeto liderado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região — TRF1 e Tribunal de Justiça da Bahia — TJBA, que levou um conjunto de serviços essenciais e gratuitos para a população. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos efetivou direitos com a emissão de Passe Livre e Ciptea, encaminhamentos para retificação de prenome e gênero, atendimentos à pessoa idosa e ao público consumidor.
A Caravana em Canudos teve como estratégia fundamental a conexão com o tema da Memória, Verdade e Justiça. Por isso, foi construída uma programação de ações formativas voltadas ao fortalecimento da identidade, a importância da memória e da História para a construção da cidadania.
“Dialogar sobre memória, num território como esse de Canudos, é de extrema importância, tanto no sentido histórico nacional, quanto no particular. Nas ações formativas, dialogamos sobre histórias encantadas, mas também dialogamos sobre a História concreta e a importância de ter esses registros históricos que ficam para além do tempo”, afirmou Bianca Trindade, técnica do Núcleo de Ações Formativas da Caravana.
Rodas de conversa sobre as lutas contra o racismo e a resistência do povo negro, contação de histórias sobre o Sertão e sessões de cine-debate marcaram esta edição da Caravana. Estudantes do ensino médio da rede estadual de Canudos assistiram aos filmes ‘Narradores de Javé’, de Eliane Caffé, e ‘Eu não quero voltar sozinho’, de Daniel Ribeiro. Na oportunidade, foram discutidas questões relativas à identidade, pertencimento, memória e a importância da História para assegurar a cidadania dos territórios. Também ocorreram formações para gestores em comunicação e direitos humanos e letramento LGBT para o atendimento ao público.
“Aqui, a Caravana de Direitos Humanos tem coisas a ensinar, mas tem muito a aprender também. Tem muito a aprender com a tradição oral, com as lutas que são desenvolvidas aqui, com as organizações comunitárias, que existem em toda essa região e que há bastante tempo investem em experiências de educação popular, de fortalecimento das organizações da sociedade civil, para que o empoderamento das pessoas seja aquilo que promove cidadania, que promove direitos humanos”, destacou o secretário Felipe Freitas.
Informação sobre os direitos da pessoa idosa — Mais de 100 pessoas idosas foram atendidas pela Coordenação de Articulação de Políticas para a Pessoa Idosa (CAPI), vinculada à Superintendência de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos da SJDH. Através de uma estratégia de busca ativa, a CAPI levou orientações sobre os direitos desse público, incluindo informações sobre os tipos de violações às quais ele pode estar sujeito e os equipamentos que podem atuar na garantia de seus direitos. Também foram feitas articulações de rede com Centros de Referência do município, bem como com o Conselho Municipal da Pessoa Idosa. 80 exemplares do Estatuto da Pessoa Idosa foram distribuídos durante a ação.
Direitos garantidos para Pessoas com Deficiência — A Caravana também foi uma oportunidade para ampliar direitos das pessoas com deficiência em Canudos. Foram emitidas 50 carteiras de Passe Livre Digital, benefício que garante gratuidade no sistema de transporte municipal, e 28 emissões de Ciptea (Carteira de Identificação da Pessoa com Espectro Autista), que também assegura para este público o acesso à políticas públicas. Estes serviços são oferecidos pela Superintendência dos Direitos da Pessoa com Deficiência da SJDH.
Mais de 300 pessoas circularam pelos serviços da Caravana de Direitos Humanos em Canudos. Em 2025, o projeto já esteve em 20 municípios, com mais de 27 mil atendimentos para cerca de 15 mil pessoas. Coordenada pela SJDH, em parceria com diversas instituições públicas, a Caravana conta com a gestão administrativa da Fundação Luís Eduardo Magalhães — FLEM.
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