Governo da Bahia lança Edital Ouro Negro em Feira de Santana


Governo da Bahia lança Edital Ouro Negro em Feira de Santana
Governo da Bahia lança Edital Ouro Negro em Feira de Santana

Foto: Lucas Rosário/Secult-BA

O Governo da Bahia lançou, nesta sexta-feira (3), o Edital Ouro Negro 2026 em Feira de Santana. Realizado pela Secretaria Estadual de Cultura da Bahia (SecultBA) em parceria com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), o programa destina parte do seu orçamento para fortalecer a participação de blocos afro, afoxés, de samba, reggae e de índio na micareta da cidade. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas até o dia 15 de outubro, por meio de formulário online.

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O lançamento do Edital Ouro Negro 2026 em Feira de Santana aconteceu no Centro de Convenções e contou com a presença de entidades reconhecidas na região, como Feira Axé, Ogunje, Brasil Meu Samba, Estrela do Oriente, Unidos da Rua Nova, Nativos de Santana e Sorriso Negro. Para o secretário estadual de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, a presença do Ouro Negro na Princesa do Sertão mostra como o diálogo e a participação coletiva trazem efeitos positivos na cultura. “Com base na escuta, na vivência e nos resultados que o Ouro Negro proporciona, o Governo do Estado assegura com muito respeito uma micareta que valoriza a história e a ancestralidade do povo de Feira de Santana”, assinalou.  

De acordo com a superintendente de Promoção Cultural da Secult-BA, Lorena Teixeira, o Ouro Negro na Micareta de Feira é mais do que um mecanismo de fomento e se firma como política central de valorização da cultura negra no Portal do Sertão. “Trazemos o Ouro Negro com a certeza de que os grupos culturais de Feira de Santana são exemplos de entidades que valorizam a preservação das tradições. A força da cultura reverbera em iniciativas que fazem a reparação racial e a economia andarem juntas em uma festa especial como a micareta”, comentou.

SEGURANÇA – Satisfeitos com a garantia de que o Ouro Negro vai abrilhantar a micareta em 2026, lideranças culturais reforçaram que o programa é ponto de segurança na manutenção dos trabalhos, como é o caso do bloco Quixabeira da Matinha. “O Ouro Negro trouxe o apoio que nos salvou. Passamos por diversos problemas para colocar o bloco na rua, mas o programa foi a ‘salvação da lavoura’ e estamos há mais de 15 anos na avenida”, comentou Galdino Oliveira Souza, mais conhecido como Guda da Quixabeira.

O sentimento de gratidão é compartilhado também por Lurdes Santana, que integra o Conselho Municipal de Cultura e representa grupos de matrizes africanas. “O Ouro Negro é muito importante não só para Feira de Santana, mas para toda a Bahia. Estamos na segunda maior cidade da Bahia e de maioria negra, então, é uma ação valorosa e que reconhece tudo que representamos”, completou.

O músico Nilton Rasta, importante agente cultural de Feira de Santana que faleceu na segunda-feira (29), foi homenageado no evento. Além de percussionista, Rasta era presidente do afoxé Pomba de Malê, uma das expressões culturais mais tradicionais da cidade. Após o lançamento, no turno da tarde, foi realizada uma oficina de elaboração de projetos voltada para o Edital Ouro Negro 2026. O encontro contou com técnicos que orientaram agentes culturais para o processo de inscrição e a seleção da documentação exigida.

SELEÇÃO – O processo seletivo do Ouro Negro 2026 ocorrerá em duas etapas: análise de mérito, que considera histórico da entidade, relevância sociocultural, atuação comunitária e diversidade na composição da direção, e habilitação documental.

Os recursos irão contemplar até 14 propostas na Micareta de Feira de Santana, distribuídas em três faixas:

Faixa H – até 2 propostas de R$ 100 mil;

Faixa I – até 2 propostas de R$ 60 mil;

Faixa J – até 10 propostas de R$ 30 mil.

O lançamento em Feira de Santana integra o calendário do Ouro Negro 2026, que alcança o maior investimento da sua história: R$ 17 milhões, R$ 2 milhões a mais que na edição anterior. Com 18 anos de trajetória, o programa garante a presença de entidades culturais de matrizes africanas em festas populares da Bahia, como o Carnaval de Salvador e as lavagens do Bonfim, Itapuã, e Purificação, além do Carnaval do Interior.

Criado em 2008, o Ouro Negro é reconhecido como uma política pública permanente do Estado, voltada para a valorização das culturas negras. O programa assegura apoio a blocos afro, afoxés, grupos de samba, reggae e blocos de índio, reforçando o papel dessas manifestações na preservação da ancestralidade, na participação da juventude e na transmissão de saberes às novas gerações.

Fonte: Ascom/Secult-BA