Estados Unidos dobram tarifas sobre aço e alumínio para 50%; Brasil será afetado



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O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (3) decreto que dobra as tarifas de importação sobre aço e alumínio 03 de junho de 2025 | 19:45

Estados Unidos dobram tarifas sobre aço e alumínio para 50%; Brasil será afetado

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (3) decreto que dobra as tarifas de importação sobre aço e alumínio, elevando-as de 25% para 50%. A medida entra em vigor à 1h01 (horário de Brasília) desta quarta-feira (4) e afetará as exportações brasileiras, segundo maior fornecedor dos metais ao mercado americano.

A medida foi formalizada em uma proclamação presidencial publicada pela Casa Branca. Segundo o texto, a decisão foi tomada após análises que indicaram que as tarifas anteriores não foram suficientes para conter a entrada de produtos estrangeiros a preços baixos, o que compromete a competitividade das siderúrgicas e metalúrgicas dos EUA.

O governo americano afirma que o novo aumento das tarifas, já elevado em março para 25%, é necessário para garantir a saúde dessas empresas e atender às necessidades de defesa nacional.

A medida vale para todos os países exportadores desses metais para os EUA, com exceção do Reino Unido, sobre o qual se mantém a tarifa de 25% devido ao acordo bilateral entre os países firmado em maio.

O Brasil, portanto, está sujeito à nova tarifa de 50%, o que pode impactar as exportações brasileiras, especialmente de aço semiacabado, um dos principais produtos enviados aos EUA.

A reportagem buscou o governo brasileiro para comentar o assunto, mas não obteve resposta.

Segundo dados dos EUA, no ano passado o Canadá foi o maior fornecedor de aço, em volume, para os americanos, com 20,9% do total, seguido pelo Brasil (16%, com 3,88 milhões de toneladas, e o país com maior crescimento em relação às exportações de 2023) e o México (11,1%).

Quanto a valor, o Brasil ficou só atrás do México: recebeu US$ 2,66 bilhões, ante US$ 2,79 bilhões dos mexicanos e US$ 5,89 bilhões dos canadenses. Em janeiro, o Brasil foi o maior exportador do mês em volume (499 mil toneladas), ultrapassando o Canadá (495 mil toneladas).

Já em março desde ano, último mês com estatística disponível, o Brasil só perdeu em quantidade para o Canadá (367 mil toneladas contra 364 mil). Em valor, o aço brasileiro (US$ 225 milhões) ficou atrás do Canadá (US$ 395 milhões) e México (US$ 246 milhões).

Mais cedo nesta terça, a Casa Branca confirmou que o governo Donald Trump enviou cartas a países dando o prazo até esta quarta-feira (4) para apresentarem suas propostas de acordo sobre as tarifas impostas a todos os produtos importados aos Estados Unidos, incluindo o aço e alumínio.

O governo brasileiro ainda não confirmou o recebimento da carta. O Brasil tenta obter vantagens principalmente na negociação sobre o aço e quer que os EUA façam cotas ao produto.

“O presidente espera bons acordos, e estamos no caminho para isso”, disse a porta-voz da Casa Branca nesta terça.

Diego Alejandro/Folhapress



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